Meu
lamento
Não
é meu o lamento
É
o lamento da ânsia pela vida
É
o lamento da mulher que chora
À
criança estendida na rua
Pelo
efeito das balas perdidas
Meu
lamento
Não
é meu o lamento
É
o lamento da ânsia pelo desamor
É
o lamento de quem tem a certeza
Que
homens insensatos e cruéis
Destruirão
os encantos da natureza
Meu
lamento
Não
é meu o lamento
É
o lamento da ânsia pelo melhor viver
É
o lamento do clamor popular
As
massas sedentas em aprender
Barradas
nos limites do vestibular
Meu
lamento
Não
é meu o lamento
É
o lamento da ânsia pela paz
É
de quem lamenta a insana hipocrisia
Homens
cruéis promovem as guerras
Sob
as condicionantes da democracia
Meu
lamento
Não
é meu o lamento
É
o lamento da ânsia em crescer
É
o lamento de toda civilização
E
os senhores das leis não mudam
Não
atualizam as velhas constituições
Meu
lamento
Não
é meu o lamento
É
o lamento da ânsia da sociedade
É
o lamento de quem almeja melhor futuro
Na
esperança que um dia não teremos
Elevados
tributos e altas taxas de juros
Silveira