Galeria
Aventuras e piratas que ficaram na história
Edward Teach, o Barbanegra
A imensa porção de pêlos que ocupava a face do inglês Edward Teach não é o único motivo pelo qual ele ficou conhecido como Barbanegra. A fama se espalhou porque, durante os assaltos a navios inimigos, Teach acendia fósforos e pavios na ponta dos cabelos. Seu rosto, iluminado pelas chamas, aparecia como uma imagem demoníaca que ficava para sempre cravada na memória dos inimigos. Barbanegra espalhou o terror pelos mares no início do século I8. Atirava em homens de sua própria tripulação apenas “para que se lembrassem dele”. Sabia que um pirata não é reconhecido apenas pelos seus feitos, mas também pela crueldade que emprega neles. Astuto, tratava de ficar amigo não de marinheiros ou piratas, mas das autoridades dos lugares por onde passava. Dava-lhes presentes ou comissões pelos produtos saqueados, envolvendo-os num sedutor esquema de corrupção. Foi assim, por exemplo, que o governador da Carolina do Norte, Charles Eden, lhe presenteou com um navio quando Teach estava prestes a perder a autorização para navegar. Eden ainda deu-lhe provisões e o casou com uma garota de 16 anos – sua 14a esposa. Enviado em busca de Teach, o tenente da marinha britânica Robert Maynard alcançou-o em alto-mar em 1718. No combate, acertou Barbanegra com um tiro no peito. Ordenou que a cabeça do famoso pirata fosse cortada e colocada na ponta da proa do navio, para servir como exemplo aos navios que encontrasse no trajeto de volta à Inglaterra.
Capitao Kidd
Se pudéssemos escolher um só homem para representar todos os piratas, esse seria William Kidd. Os relatos da vida do ex-comandante da Marinha inglesa que se tornou pirata em alto-mar, que podia ser cruel ou gentil, bárbaro ou nobre, justo ou traiçoeiro, deram origem à maior parte dos mitos sobre a pirataria. Kidd saiu ao mar em 1696, autorizado a atacar navios franceses e embarcações piratas. Esses, no entanto, conhecedores da fama de Kidd, se retiraram das rotas do capitão. Durante semanas, a frota navegou sem encontrar um só alvo. Em compensação, cruzavam navios de nações aliadas que vinham das Índias carregados de riquezas. Cansado do tédio de buscar em vão, interessado nas cargas que via passar e com medo de voltar à Inglaterra de mãos abanando (e ficar tachado como capitão de má sorte), William Kidd decidiu se converter à pirataria. Não teve problemas em saquear navios e encher seus porões com ouro, prata, bebidas e pólvora. Bem educado, usava a bandeira francesa para se aproximar dos navios de nações amigas e ser convidado a subir à embarcação. Fingindo-se de amigos, os homens de sua tripulação iam ao convés e, quando o anfitrião menos esperava, sacavam pistolas tomando todos como reféns. Excelente estrategista, conseguia escapar de batalhas que duravam até seis horas, mesmo quando o navio inimigo era mais equipado. Capturado em 1699 e julgado em 1701, Kidd foi enforcado e seu corpo ficou pendurado no porto de Londres durante meses, até ser completamente devorado pelos pássaros. As histórias que contavam dele levavam a uma conclusão: o capitão Kidd tinha que ser o homem mais rico de toda a Inglaterra. No entanto, nenhum dinheiro foi encontrado em suas embarcações e os ingleses passaram a acreditar que toda a fortuna devia estar enterrada nas ilhas do Caribe. Nascia aí a lenda dos tesouros escondidos.
Mulheres apaixonadas
O mar era um lugar para homens. Nem Mary Read nem Anne Bonn duvidavam disso. Elas sabiam que revelar seu verdadeiro sexo, além de perigoso, seria inaceitável para os outros marinheiros. Assim, viviam disfarçadas de homem e, por serem exímias combatentes, não levantavam suspeitas. Anne Bonn entrou para a pirataria porque se apaixonou por um pirata, Johnny Rackham. Já Mary chegou a servir ao exército e só decidiu virar pirata porque se apaixonou por um pintor que tinha sido integrado à força num navio. Acabou grávida dele. Anne também estava grávida quando foi capturada e, por isso, as duas tiveram a execução adiada. Mary acabou morrendo na prisão e o destino de Anne é ainda hoje desconhecido. O que se sabe é que ela não chegou a ser enforcada
1. Bartholomew Roberts
Era um honesto marinheiro inglês que se converteu à pirataria quando seu navio foi capturado. Ficou famoso por seu contrato de direitos e deveres, que deveria ser assinado por todos os homens da tripulação
2. Edward Low
Cresceu como trombadinha no porto de Westminster, na Inglaterra. Mais tarde, trocou as ruas pelos mares do novo mundo. Ficou conhecido pela maneira sanguinária e pelas torturas que impunha a prisioneiros
3. Francis Drake
O corsário inglês foi o autor de um dos maiores atos de pirataria de todos os tempos: em 1575, cruzou o estreito de Magalhães assaltando todos os portos até o Panamá. Foi condecorado como Sir Francis Drake
4. Henry Morgan
Durante o século 17, atacou cidades espanholas, onde torturava prisioneiros e membros do clero. Tornou-se governador da Jamaica
5. Richard Hawkins
A ambição de Richard, filho do também pirata John Hawkins, era dar a volta ao mundo numa expedição que incluísse pirataria e saques. Em 1603, após dez anos no mar, tornou-se oficial da Marinha inglesa
6. JeanFrancois du Clerc
O corsário francês que em 1710 atacou Santos e fracassou na tentativa de tomar o Rio de Janeiro, foi assassinado pelas autoridades no Brasil e enterrado na igreja da Candelária
7. Rock o brasileiro
O pirata holandês ganhou o apelido por ter vivido no Brasil, durante a ocupação holandesa. Violento, chegou a assar vivas uma dezena de pessoas só por não saberem lhe dizer onde roubar porcos
8. Henry Avery
Virou rei depois de se casar com a filha do soberano mongol, capturada por seu bando num navio indiano. Patrocinava navios piratas que deviam lhe pagar parte da carga roubada
m;margin-bottom:.0001pt;text-align:justify; line-height:12.0pt;background:white'>
Arte de roubar
O século 18 foi a época deouro da pirataria. Mas os ataquespiratas muito mais antigos
1400 a.C.
O mar Mediterrâneo já era palco de ataques a navios fenícios
500 a.C
Os gregos se juntam aos bárbaros que moravam ao longo da costa para saquear navios e cidades
Século 2
Na Ásia, com o fim da dinastia Han, a pirataria se intensifica. Só no século 15 a dinastia Ming consegue controlá-la
Século 9
Navios mouros ocupam a costa da Espanha e África, saqueando portos e navios
Século 16
Os navios espanhóis, carregados de riquezas do Novo Mundo, tornam-se alvo de corsários – marinheiros contratados por outras potências européias. O comércio entre Europa e Ásia também estimula a pirataria
Século 17
Os piratas bárbaros do Mediterrâneo começam a declinar. Ilhas pouco povoadas, como Port Royal, na Jamaica, Madagascar, na costa leste da África, e New Providence, nas Bahamas, viram um paraíso para piratas
Século 18
O governo inglês decide perdoar os piratas, mas suas atividades não diminuem. Afinal, aqueles homens acostumados às guerras não encontram trabalho no continente e acabam voltando ao mar
Século 19
No começo do século, com as guerras de Napoleão, a pirataria vive uma nova época de ouro. Mas, a partir da segunda metade do século, as perseguições a piratas se intensificam e a atividade começa a declinar. Da vida no mar, esses homens passam para as páginas da literatura
Vida no mar
Muito do que se imagina sobre eles é pura invenção
1. Prancha
Que fim seria mais cruel do que caminhar para a própria morte? A idéia de que piratas faziam seus prisioneiros caminharem sobre a prancha, a fim de se afogarem em alto-mar, foi eternizada por uma ilustração do americano Howard Pyle. Mas a prancha era, na verdade, utilizada para jogar os corpos dos mortos no mar
2. Olho de vidro e perna de pau
Sem médicos ou remédios, era comum ferimentos infeccionados acabarem em amputações. Pernas de pau eram comuns porque sempre havia um carpinteiro a bordo. De ganchos e olhos de vidro, no entanto, não se tem notícias. O tapa-olho também era comum
3. Ouro escondido
O mito nasceu com o capitão Kidd e se espalhou. Como os relatos dos ataques piratas envolviam sempre muito dinheiro – que nunca era recuperado –, dizia-se que eles eram enterrados. “É improvável que eles poupassem alguma coisa. Em geral, gastavam tudo no primeiro porto”, diz San Martin
4. Tatoos e brincos
Eram comuns entre os marinheiros. Os desenhos pelo corpo serviam para marcar grandes feitos ou nomes de namoradas. Os brincos eram colocados na orelha cada vez que se atravessava o cabo da Boa Esperança ou o estreito de Magalhães. Também serviam como amuleto
ajor-fareast; color:black;border:none windowtext 1.0pt;mso-border-alt:none windowtext 0cm; padding:0cm'>
5. Papagaiada
Foi por causa do pirata Long John Silver, personagem de Stevenson na obra Ilha do Tesouro, que a lenda do papagaio sobre os ombros se espalhou. É pouco provável que qualquer animal de estimação escapasse da fome dos marinheiros, quando nada que pudesse ser comido escaparia da panela